31 outubro 2007

CUBA - o preço da liberdade

Mais uma vez a ONU elevou sua voz para pedir o fim do embargo contra Cuba; isto aconteceu ontem 30/10 e teve aprovação de 184 países a favor e 4 contra: Estados Unidos, Israel, Palau e Ilhas Marshall. A Onu não tem poder de decisão, ela pode somente pedir e aconselhar.
Fazem 40 anos que este embargo vem acabando com a economia de Cuba e jogando o povo idealista-revolucionário, num estado que não confere com o alto grau de educação e cultura daquele país. Um povo inteligente e alegre. Camarada e brincalhão. Assim eu vejo este povo que aprendi a amar por meio de um amigo idealista, um poeta e escritor da cidade de Holguin chamado Fidel Fidalgo Moncada. Escritor de muitos livros e ganhador de muitos premios literários. Entre os livros que escreveu está "Cuentos de niños para adultos tristes".

Eu guardo ainda as 251 cartas que trocamos durante 4 anos; ele foi para mim um ombro amigo, uma palavra presente e por fim um gesto visto ao longe, como um aceno que foi ficando cada vez mais distante...até desapaecer nas curvas do caminho, na época em que eu deixei o Brasil.

Lembro-me de uma vez quando ele recebeu o premio de poeta do ano e enviou a poesia vencedora para mim, datilografada num papel amarelado, roto, pois o embargo impedia que bons papeis chegassem à ilha. Eu enviei a ele blocos de papéis que nunca chegaram.

Fazia-me pena ver tanta inteligência, tanta vontade de dividir o que não tinha e tanta escassez de víveres, tanta dificuldade para comprar certos apetrechos de uso necessário, como sabão... este vale mais que o ouro naquela ilha.
Este é o preço da liberdade; o país tem orgulho de ser livre, mas quem pagou o preço desta pseudo-liberdade foi o povo que passou a viver de migalhas por causa da ira americana.
Por Alda Inacio

10 comentários:

  1. Alda, não sou nem nunca serei a favor da política do EUA, contudo penso que os problemas de Cuba, não estão só ligados à América (EUA). Vejamos, conforme a Alda disse que conheceu um amigo de Cuba, eu também tive o prazer de o fazer. O que ele me conta é que Fidel incentiva todos à educação e depois não tem como os empregar. Disse também que por vezes, Fidel referia constantemente que teriam de estudar conforme as necessidades do País e não pela vontade de cada um. As próprias manifestações em que vemos o povo a acenar bandeiras de cuba a Fidel eram pagas por este para ser mediático dando assim um ar de satisfação ao Mundo, vinda do seu Povo(Dissia ele que uma forma de ter multidão era pagar ao povo necessitado). Referiu também que quem vive em Cuba não pode viajar, sair do País em férias. Por isso e outras coisas mais, muitos fugiram de lá e foram para os EUA. Contou-me que adora a Pátria (Cuba), mas só saindo de lá Fidel é que ele pensaria em voltar ao seu País. É assim, podem-se juntar os dois e venha o diabo e escolha (Fidel e Bush), além de outros. É o que eu penso e o que me contam, não quer dizer que esteja correcto. Beijos.

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  2. Eu não conheço Cuba, mas percebo que o embargo tem permitido o fecho do regime político. Sem o embargo e o receio da invasão americana, o regime já teria feito um conjunto de reformas.

    Permita-me uma visão diferente da lenga, lenga habitual.

    A reforma do sistema político em Cuba assusta a Europa, que é o principal, se não o único, investidor do turismo em Cuba. Caso nasça uma economia de mercado, os hotéis serão privatizados e os seus investidores terão que comprar ao estado os 51% que deram em troca das licenças!

    A Europa é a principal interessada em que o regime se mantenha inalterado e o embargo é uma grande ajuda. O fim do embargo lançará sobre Cuba a sua comunidade residente em Miami e daí resultará uma catástrofe social.

    O risco de perda de 51% de investimento e de perda de cota de mercado devido a problemas de segurança, caso se instale em Cuba uma economia de mercado, obriga a uma política de baixos salários no sector e à subversão do papel social do estado.

    O paraíso não mora em Miami, mas é preciso evoluir e Cuba tem estado estagnada.

    Alda, talvez nem sempre concordemos, mas estamos do mesmo lado.

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  3. Minha Amiga,
    Eu conheço Cuba do que leio, do que vejo e nada mais, mas é o suficiente para não acreditar que aquele povo é livre e feliz. Não acredito que quem desceu das montanhas, tivesse a intenção de defender o povo das injustiças, mas sim que estava simplesmente a cumprir um trabalho que lhe foi encomendado, e a história até aos dias de hoje confirmam o meu pensamento.
    O mundo é um lugar onde existe alguma liberdade, essa que é construida por gestos como o teu, em que a amizade prevaleceu no teu coração, é assim que aos poucos poderemos ir tendo a esperança que ainda iremos conseguir uma sociedade na Terra uniforme, única, sem divisões sejam elas quais forem, mas até hoje isso ainda está longe de puder acontecer.
    No fundo amiga, a solução é tão simples, basta pensarmos na vida que gostamos de ter, do que precisamos para ser felizes, em seguida se temos o suficiente, então o caminho é dividir e procurar ajudar os outros a encontrar a sua paz. Só assim poderemos um dia pronunciar a palavra LIBERDADE e ela soar a verdade, até lá resta-nos tentar, mas com consciência e verdade.

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  4. Minha amiga
    Antes de mais, para mim, tudo o que de alguma forma impede a liberdade de escolha do ser humano me causa repúdio...Com isto não quero de modo algum contrariar opiniões e vontades. Cuba só conheço de longe, do que vejo e ouço. Não é de forma alguma a melhor maneira. Penso que só indo lá, sentindo a alma e a voz do povo real, percorrendo ruelas e campos eu poderia ter uma opinião mais correcta. Claro que condeno o bloqueio, isso é ponto assente, até porque é uma das acções que mais impediu liberdades e direitos, incluindo o direito à própria vida ao eliminar as hipóteses de qualquer ajuda exterior aos que dela necessitavam.
    Ainda bem que finalmente terminou, tal como deviam terminar todos os atentados à Vida nas suas mais variadas formas...guerras, miséria, pobreza...todas as que proliferam por este mundo.

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  5. Tens razão 7 pecados, só que aqui eu tentei não tocar na política para focalizar o povo; quem paga é o povo. Eu sou contra Fidel Castro, é um ditador e se o povo não tem sabão para lavar-se tu imaginas?
    Por ser contra é que falo na última frase "pseudo liberdade".
    Não é uma liberdade verdadeira mas pelo povo, e não pelo regime, eu sou a favor do fim do embargo.
    O povo foge de Cuba, o povo passa dificuldade e o povo foi confinado naquele país sem pode sair.

    Tudo pelo povo eu sou a favor.

    Foi neste sentido que coloquei o post.

    Bjm
    Alda

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  6. Antonio, claro que não precisamos pensar da mesma maneira para sermos amigos, a diversidade é enriquecedora mas eu como pessoa, sou pelo povo, fecho os olhos à política e fixo no povo. Seja USA culpado, ou Fidel Castro culpado, o povo é que sofre e eu sou pelo povo, pois a política que se dane.

    bjm
    Alda

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  7. Alda,
    Sou contra o embargo a CUBA e rogo a Deus que este dia possa chegar.

    Antonieta de Sant�Ana

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  8. Concordo que os EUA não devam boicotar Cuba mas Cuba vive num regime enfermo e ditatorial que nega ao povo as mais elementares liberdades. Cuba tem pena de morte que usa para castigar aqueles que se opõem ao regime de Fidel. Cuba é um paraíso turístico para os ruiquinhos aproveitarem por pouco dinheiro.É por isso que não cai. Concordo com o António.

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  9. Alda, estou de acordo com o seu comentário.

    Infelizmente qualquer evolução na sociedade Cubana terminará rapidamente numa economia de mercado. Os emigrantes em Miami pretendem regressar e readquirir as suas antigas casas (e velhos sonhos) e têm dinheiro para isso. O FMI fará o resto (e de forma apolítica mas também desumana).

    O povo não estará preparado nem terá recursos financeiros para ser voz activa em todo este processo. O povo perderá toda a assistência social de que ainda vai gozando: a educação e a saúde (como nos está a acontecer em Portugal).

    É uma pena que o actual regime não tente fazer a ponte, mas não tenhamos ilusões: o destino final será uma economia de mercado, o que nos dias de hoje é sinónimo de capitalismo selvagem. Nós os portugueses estamos a começar a perceber o que isso quer dizer e não temos embargos e somos livres.

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  10. Amigo, já cá cheguei!
    Muito me incomoda e repugna ver tantos paises ao lado do capitalismo/imperialismo americano, sempre apoiantes das suas acções desumanitárias e antisociais.
    Voltarei com mais tempo.
    Abraço

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