03 fevereiro 2008

Reflexão de domingo de carnaval

Hoje, domingo de carnaval, eu estive visitando uma cidade onde as ruinas abrigaram um grande reduto de monges católicos no passado e as histórias que ali me foram contadas deixaram-me de cabelos em pé. A cidade chama-se Villers-la-Ville e fora as histórias que não valem à pena transcrever, o resto é tudo muito bonito. Ah ! Eu fui ver o carnaval de lá e depois encontramos um casal de amigos, eu já estava com outro casal...concluímos a noite na casa de um deles jogando conversa fora. Como para mim todos os contatos e incidentes da minha vida eu tomo como experiência e motivo para reflexões, a história de vida de um dos casais que me foi contada neste dia, muito me fez pensar.
Não são somente os pobres que têm graves problemas, os ricos acabam por dramatizar a própria vida e o caso destes amigos (que não falam e nem leem português) tocou-me com sinceridade.
Veja que o marido contou-me sua tristeza que aumenta dia após dia, quanto mais se aproxima a idade avançada. Ele está agora com 58 anos e sua esposa também e seu filho único tem 35 e nunca teve namorada e ainda disse que não pretende casar-se. O homem contou-me isto com lágrimas nos olhos e disse que ele e a esposa sentem-se falidos como família. Eles acumularam uma boa quantia de dinhiero, contruiram algumas casas de aluguel e todo o seu patrimônio não terá herdeiros. Quando morrerem, os bens passarão para o Estado.
Este mesmo caso vemos multiplicar-se na Bélgica. Muitas pessoas nem filhos têm.
Fica mesmo difícil compreender que há tanta criança abandonada no mundo e tanta gente que poderia fazer alguma coisa por elas nada fazem. Estas pessoas aqui referidas são meus amigos e pude perguntar a eles sobre adoção e me responderam: quando nós éramos jovens apostamos tudo no nosso filho único, agora não dá mais tempo de pensar em adotar uma criança, somos velhos e tristes.
Acabei fazendo deste pequeno passeio um ponto de reflexão e finalizo este domingo de carnaval achando que a vida deve ser pensada e repensada, para não acabarmos fazendo dela um caminho triste a percorrer, e acabamos por percorrer, quer queiramos ou não.
Beijinho a todos.
Por Alda Inacio
Que Deus acompanhe você em tudo que fizer. Volte sempre!