15 março 2008

Aprender a dizer não é um bom exercício de força de vontade

Hoje, dia mundial do consumidor, eu estive lendo a entrevista da Psicóloga Social Amalia Pérez e marcou-me uma frase dita por ela:
O consumismo pode atrapalhar a cidadania quando as pessoas desperdiçam, sem pensar nas necessidades do outro. “Se eu estou preocupada só em comprar, consumir, fazer minha festa, ter o melhor celular, o melhor carro, eu estou dentro de um sistema onde é impossível para mim a alteridade, a capacidade de olhar o outro, de ver o outro”
O que eu acho é que ninguém pensa no outro quando vai comprar algo de bom para si mesmo, com dinheirinho longamente economizado, suado e este tipo de consumismo dá um prazer enorme. Imagina se tivéssemos que dizer :"não vou comprar um carro porque tantas pessoas vivem sem carro e isto me doi". Creio que não é normal este tipo de pensamento. Mas, se dentro desta sociedade consumista pudermos enxergar um pouco mais claro e dizer alguns "nãos" a alguns desejos exagerados, talvez nem assim estejamos cumprindo com nosso dever de alteridade, isto é, nosso dever em relação aos outros, mas estaremos cumprindo com nosso dever em relação a nós mesmos.
Eu me policio e digo não a mim mesma; digo não quando penso em sair sem rumo, digo não quando penso em comprar mais uma blusa sendo que tem uma coleção dentro do armário. Saber dizer não a nós mesmos é um exercício de força de vontade que faz um bem enorme.
Creio que a nossa personalidade está em eterna mudança, eterna aprendizagem. Se conseguimos aprender a controlar a nós mesmos, creio que aí está o segredo para virmos a ser um bom cidadão, ou um cidadão melhor.
Beijo a todos com carinho.
Alda Inacio
Que Deus acompanhe você em tudo que fizer. Volte sempre!