31 março 2008

Prêmio Libertas: contra o tráfico de pessoas - II parte

Eu sempre soube que fazer crítica é ocupar a melhor posição, é a posição do insatisfeito que não tem nada a oferecer, no entanto preenche os espaços para resmungar e remoer a sua própria insatisfação sem nada sugerir. Por este motivo, porque sou alguém que luta por boas causas, vou relatar algumas dicas sobre "vida fora do Brasil" e o que ainda pode ser feito para minimizar o problema, mesmo se o que eu disser aqui soe estranho.
Esclareço que eu não sou uma pessoa entendida em prostituição, nem Nacional, nem Internacional, graças a Deus, mas tenho bons olhos e bons ouvidos e o que tenho visto é suficiente para dar-me a liberdade de brincar com o assunto, como fiz no post anterior.
Relato: quando eu vim para o exterior, isto foi em 1997, vim para estudar filosofia e trabalhar. Quando voltei em 2002 mostrei a prova e fundei o Primeiro Café Filosófico de Goiânia, um local de debate filosófico.
Na Bélgica conheci quase 100% dos brasileiros moradores aqui. Muitas pessoas contavam -me suas histórias, pois eu fui frequentadora da Igreja Brasileira na Bélgica "Pão da Vida" (Avenida Louise, 450) que posteriormente mudou de endereço. Nesta época ouvi falar da única prostituta brasileira na Bélgica pela boca do Pastor da Igreja que a convidou à conversão. Certo dia, ela veio até a porta da Igreja e não entrou, dali voltou à casa e nesta noite foi assassinada. Isto ocorreu em 1998 ou 99, não me lembro exatamente.
Na Bélgica as mulheres brasileiras são muito bem consideradas para casamento, porque não são vistas na prostituição e a razão disto é porque os Belgas procuram o exotismo Oriental para diversão. O tráfico de mulheres na Bélgica é proveniente do Leste Europeu e Oriente.
Por outro lado, percebi faz muito tempo, que é inútil contar as desgraças que passam as mulheres (e homens) que vêm para a Europa em busca de trabalho. Falamos e quem nos ouve pensa que estamos blefando. NINGUÉM consegue persuadir uma (ou um) brasileiro a desistir desta empreitada, quando ele já pegou fogo e decidiu sair do Brasil. Não será um escritório de polícia que vai impedir isto. A Polícia pode ajudar no caso de desmantelar estas quadrilhas, mas não conseguirão impedir o tráfico.
Para que haja uma diminuição nestas cifras de evasão é necessário um trabalho correlato entre países e esta briga entre Espanha e Brasil que presenciamos há poucos dias, só faz piorar o "êxodo" porque ser deportado é um risco que cada um assume quando entra num avião para partir. A pessoa vai consciente do que está fazendo e dos riscos que corre.
Este nome dado ao concurso "Libertas" soa como se a PF fosse salvar mulheres e dar a elas a liberdade. Exatamente vão dar a elas o que elas não querem. Quando são pegas, cada uma joga o jogo da "salvação" pois precisam fazer o jogo da Polícia, porque na verdade não há outro jogo a fazer no momento que são presas.
Se a Polícia voltar a procurar estas mulheres no Brasil um mês depois, verá que 99% voltaram para o lugar onde foram pegas, isto é, podem não voltar para o mesmo lugar mas já não estarão mais no Brasil.
Seja para trabalhar honestamente, ou seja para trabalhar na prostituição, isto vem como uma febre. Uma vez atacado por esta febre, os senhores podem fazer o que quiserem que não impedirão estas mesmas pessoas de saírem outra vez do Brasil.
Portanto, antes de gastarem dinheiro com escritoriozinhos nos focos do problema, coloquem-se a engendrar um plano de combate que deve ser feito de mãos dadas com o país receptor e não em briguinhas como foi o caso de "deportam brasileiros, vamos deportar espanhóis". Isto nunca resolverá problema nenhum.
Um plano de trabalho vai requerer espiões internacionais, telefone disponível para denúncias anônimas e campanha na mídia. No entanto, estas campanhas de "salvação" não assustam quem pretende embarcar e, passar a idéia de que vão libertar as coitadas é hilário. Estas pessoas são bem responsáveis do que fazem e não são as ingênuas enganadas que parecem ser. Elas riem da cara da polícia quando entram de volta na Europa, logo que o jogo da "salvação" esfria.

Desculpem a ousadia, mas quem tem a cauda limpa pode dizer o que quer e até ter esta liberdade de brincar com assunto tão sério, afinal repassar a política e cultura a limpo com graça é o propósito deste blogue.
Por Alda Inacio
Que Deus acompanhe você em tudo que fizer. Volte sempre!