29 novembro 2018

A fé não é racional. - Parte II

        Este estudo é a continuação do anterior que teve o título de A fé não é racional. - Parte I

    Quando lemos romanos 12 : 1 vemos o seguinte texto:  Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.

       Paulo está falando  do nosso corpo físico, do nosso domínio sobre a  carne, da nossa postura, largando  contatos pecaminosos, pensamentos pecaminosos, velhas práticas, velhas atitudes, para estarmos aptos a novos caminhos ao lado de Cristo, tudo em relação ao corpo. Esta nova postura vem proporciona-nos uma comunhão perfeita com Deus, sendo o corpo templo do Espírito Santo, portanto somos receptáculo do Espírito.

          Quando se trata de algo tangível como é o corpo fica compreensível aplicar a palavra racional, culto racional, porque nós cultuamos a Deus com nosso corpo. Nele mora o Espírito Santo, por isso fazemos do corpo, mente e espírito um culto permanente de adoração a Deus. Importa que nosso corpo seja santificado, purificado, dedicado ao Senhor de maneira completa e racional.

        Isso não tem nada a ver com fé racional, porque fé é sentimento que se torna ação, portanto o resultado desta ação é algo inexplicável, sobrenatural. Há uma grande confusão nessas afirmações de que a fé é racional. Veja no mesmo capítulo de Romanos versículo 2 falando sobre a postura do novo convertido. No conselho de Paulo vem a palavra equilibrado, para que sejamos equilibrados no julgamento que temos de nós mesmos, na medida da fé que Deus nos concedeu. Olha que explicação maravilhosa:

        Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.

      Olha esta expressão "na medida da fé que você recebeu", aqui dá para aprofundar a questão da fé racional ou emocional, medida quer dizer exatamente a quantidade, ou profundidade da sua fé. A sua fé cristã é no mesmo Deus que o meu, porém a sua medida é uma, a minha é outra. Não há um cristão com a mesma medida da fé, porém tem aspectos da fé que podem ser racionais.

          Em que devemos ser racionais?

         Na  justiça, na  retidão, na  equidade, no  bom senso, no juízo sensato, nisso podemos alcançar uma coesão de atitudes racionais,  mesmo que cada um tendo uma maior profundidade ou menor profundidade nesses termos citados. São conceitos que bem aplicados na nossa vida nos levam  a buscarmos ser a medida de  Jesus Cristo. 


          Tomar a fé como racional nos torna frios, porque a razão é fria, não tem sentimentos e nós temos uma relação de amor para com Deus. Veja, se a fé é racional da minha parte para com Deus, a minha relação para com Deus seria fria. A razão é fria. Não temos uma relação racional nem mesmo com nossos pais aqui na terra. Nenhuma relação de amor é racional. Há quem diga o contrário, amor razão, pensado, calculado, meticuloso, que não faz sofrer. Seia possível isso?

           Se eu te perguntar "por que você acha que Jesus me ama?" Por mais que você me conheça, jamais você saberia porque Jesus me ama. A medida dele não é a nossa, as razões dele não são as nossas, ele nos dá amor na medida dele, nós devolvemos na nossa medida humana.

          Onde está a razão na minha fé em um Deus invisível? Razão exige provas e só para mim mesma eu posso citar estas razões: ele me responde, eu falo com ele, ele me ajuda, ele me dá bênçãos, ele me salvou, ele me ama. O que tem de concreto nisso? Para terceiros não tem nada de concreto, então para mim tem e eu devolvo numa fé totalmente emotiva, dadivosa, de entrega total, física, mental e espiritual e tudo isso é um conjunto de ações e sensações exclusivas de mim para com Deus, são relações sobrenaturais.

              Dizer que fé emocional é tipo: eu  estou mal, busco Deus, estou bem me afasto de Deus, isso não é fé em Deus, nunca foi. Isso é um jogo de interesse e o objeto desse  jogo de interesse pode ser  um Orixá, ou Buda, ou um Santo X.  A fé vai direto das minhas emoções, meu coração, minha mente, em direção a um único Deus que me entende, que não cabe em nenhuma medida humana, não é uma relação  racional. Não é relação de emoção. O meu Deus é invisível mas real, ele existe e minha fé toca o sobrenatural. Assim, cada um se coloca diante dele na medida da sua própria fé, a qual não tem razão plausível, porém esta fé requer que apresentemos a Deus um culto racional com o nosso corpo, organizado, purificado, transformado.

Deus abençoe você.



Por Alda Inácio

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