30 agosto 2007

O acidente com o césio 137 faz vinte anos.

O dia 13 de Setembro lembra uma grande tragédia em Goiânia. Nesta data vamos lembrar os 20 anos do acidente do Césio 137. O Centro Leide das Neves estará realizando atividades em lembrança das vítimas.
O acidente aconteceu em 1987 quando um aparelho de radioterapia contendo césio-137 foi encontrado abandonado no prédio do Instituto Goiano de Radioterapia. Roberto e Wagner, estavam neste dia à procura de sucatas e ali encontraram o aparelho, o qual foi vendido a um ferro-velho. Durante a desmontagem do aparelho, foram expostos ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), pó branco semelhante ao sal de cozinha, no entanto, brilha no escuro com uma coloração azulada. Depois de abrir o aparelho, o dono do ferro-velho passou a mostrá-lo e até distribuí-lo entre amigos e parentes. A contaminação foi imediata e os primeiros sintomas (tonturas, náuseas, vómitos e diarreia) apareceram algumas horas depois do contacto com o pó. Os sintomas só foram caracterizados como contaminação radioativa em 29 de Setembro, depois que esposa do dono do ferro-velho levou parte do aparelho desmontado até a sede da Vigilância Sanitária. Quatro pessoas morreram. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), além delas, de 112.800 pessoas foram monitoradas, entre elas, 129 apresentaram contaminação corporal interna e externa. Destas, 49 foram internadas e 21 exigiram tratamento médico intensivo. O lixo do maior acidente radiológico do mundo está armazenado em cerca de 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 containers em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, vizinha a Goiânia, onde deverá ficar, pelo menos 180 anos.
Esta é uma dor que nunca se apagará do coração do povo de Goiás; ela ficará gravada na memória como um alerta para o futuro. A responsabilidade de preservar a vida deve estar contida nos mínimos gestos de cada um de nós, para que possamos olhar com alegria nos olhos uns dos outros.
Por Alda Inacio

24 agosto 2007

Fisco vai botar nome de empresas no SERASA

A novidade vem de Brasília e não está agradando muito aos donos de empresas que devem para o Fisco. As empresas não serão poupadas, a menos que a dívida tenha sido parcelada e as parcelas estejam em dia.
Esta é mais uma empreitada do Governo Federal e temos que analisar a conjuntura dos fatos para entender os prós e os contras. Na verdade esta medida é mais do que necessária dado que o brasileiro em geral não gosta de pagar dívida. He ! Pera aí ! Sem brincadeira pessoal. Vamos encarar a realidade: tem gente que estica, enrola, desconversa e só paga sob ameaça.
Não existe outra maneira mais dura do que nome no Serasa. Com nome sujo você não faz nada na vida durante cinco anos. Claro que depois disto você fica limpinho como no dia em que você nasceu, mas até passar estes cinco anos, você sofre! Imagina uma empresa pequena que mal ganha para pagar um ou outro funcionário, imposto daqui, contribuição obrigatória dali e de repente o nome no Serasa. Simplesmente esta medida vai ajudar as grandes empresas; simplesmente esta medida vai acabar com as pequenas empresas; vai acabar com quem está começando. Digamos que dentro deste pacote caótico do governo venha um prazo novo para que a empresa faça um acordo junto ao Fisco e terminado este prazo seu nome será incluído no Serasa, assim sim !
Alguém vai dizer: este prazo já existe e elas não pagam ! Ok, ok, ok ! Dá novo prazo a partir do lançamento da nova lei.
Penso que deveriam ir para o Serasa o nome dos corruptos de Brasília, o nome da esposa do corrupto, dos filhos do corrupto e do compadre do corrupto, desta forma acabaríamos com a corrupção.
Gente, não tem coisa pior que o nome no Serasa, salvo se você é do tipo "deixa o barco navegar" e deseja continuar a vida toda assim. "Deixa o braco navegar" não tem nome no Serasa, caso tenha, o mundo pode se "esbudegar" que ele quer mais é sombra e água fresca. Desculpe aí gente, sem querer ofender ninguém nesta generalização banalizada. Pobre no Brasil é limpo, é honesto e preserva o nome, senão não pode abrir conta no Banco do Povo. Portanto, nome no Serasa é a pior cadeia que existe no Brasil.
Por Alda Inacio

18 agosto 2007

Precisa-se de professores no Brasil

Novamente a educação ocupa as páginas dos jornais e o diário da Manhã de Goiás fala hoje 18/08/2007 sobre a falta de professores no Brasil.
Este não é um problema de hoje; já vem se estendendo e se agravando fazem décadas. Os baixos salários dos professores dos estados e municípios, não atraem candidatos e o resultado podemos ver com estas estatísticas diante de nós.
Vejam: o conjunto de escolas públicas brasileiras está com um deficit de vagas de 402.749 professores nas mais variadas áreas e no ano passado, somente 368.688 alcançaram um diploma para exercer a profissão.
Diante disto o governo tem aberto mão de outras soluções como engajar técnicos, engenheiros e agrónomos para ocupar as vagas ociosas.
Eu enfrentei esta dificuldade quando engajei os 75 professores na inauguração do Colégio estadual Juvenal José Pedroso de Goiânia. Dos 250 currículos que eu recebi na época, somente 25 eram de professores formados. O restante eram, técnicos e estudantes. A dificuldade para montar um quadro de professores de bom nível nestas circunstâncias é muito grande.
Fazendo uma análise rápida vemos que os governantes estaduais tendem a empregar o dinheiro público em obras de grande vulto e nada empregam na melhoria dos salários dos professores. Ao longo de alguns anos a crise está decretada, como vemos atualmente e ela piora a cada dia.
Onde vamos chegar com esta crise é uma pergunta que ficará no ar, até que tenhamos políticos que invistam na educação, como prioridade nacional, em detrimento do aspecto físico da cidade.
Um país do tamanho do Brasil, onde o dinheiro escoa pela culatra, quem se preocupa em educação?
Vamos aguardar a próxima leva de políticos para ver o que mudará e você deve ficar de olho, para depois não culpar os políticos por tudo que acontece no Brasil. A culpa é minha, é sua, pós somos imbecis ao ponto de reeleger quem nada fez. Não me refiro aqui a ninguém em especial. Na verdade estamos todos dormindo e apontamos os culpados lá em Brasília. É muito fácil isto não é? Se os culpados estão lá, nós não precisamos fazer nada, não é ?
Por Alda Inacio

14 agosto 2007

Estudantes universitários, marionetes dos professores

A experiência foi vivida por mim, portanto esta denúncia que faço aqui é grave e para que ela seja clara eu precisaria escrever um livro sobre o assunto.
Entre 1993 e 1997 eu fui estudante da Universidade Federal de Goiás. Havia saído do curso de Filosofia e fui fazer Letras. No primeiro ano que ali cheguei fui motivada pelas greves dos professores e com espírito puro aderi na defesa destes, pois o que tinham em pauta e passavam aos alunos era: "temos que lutar contra o sucateamento das universidades e contra a privatização".
Neste período, Itamar Franco passava o cargo para Fernando Henrique Cardoso, o país tentava se equilibrar depois do furacão Color e ali no seio universitário eu vi o movimento. Eu participei dos movimentos. Eu vivi a euforia da luta de classe. Eu fui aluna e como aluna eu fui empurrada pra frente e defendi os professores, afinal, coitados, só estavam lutando pelo bem dos alunos pobres do nosso Brasil. Ainda mais porque o ponto que impulcionava os alunos, ponto este debatido nas salas de aula era: "não podemos aceitar a privatização e esta é a intenção do governo".
No segundo ano a greve dos professores se repetiu e eu lá estive participando das passeatas, participando das palestras. Vi a UNE se movimentando muito, em prol dos professores e nos dois primeiros anos eu entrei de cabeça.
Em 1996, eu ainda era aluna da UFG e professora de inglês da pequena escola Estadual Jardim das Aroeiras quando fui convidada a ser diretora da nova e grande escola Estadual Juvenal José Pedroso. Fui empossada e continuei aluna de Letras da UFG.
A greve rotineira dos professores teve seu lugar naquele ano, os professores tiveram seus dois meses de férias grevistas, com todo direito, naturalmente. Eu não sou contra a greve. Se tem que reinvidicar, não tem outra solução. A greve é um direito de classe, seja ela qual for.
Eu, no entanto participava de eventos na cidade, de um lado como aluna da universidade, de outro lado como diretora do Juvenal. Eu representava a escola quando da visita de secretários da educação de outros Estados, Secretários do MEC, etc.

Eu vivi momentos raros, inusitados; como aluna e diretora eu podia sentir a luta da classe dos alunos e da classe dos professores. E foi dentro de um evento direcionado para diretores de escolas do Estado de Goiás que eu vi de frente a verdadeira face do movimento de professores e estudantes universitários brasileiros.
Os diretores de escola do Estado de Goiás foram convidados para recepcionar o secretário do Mec que veio à Goiânia para um encontro com o então governador Maguito Vilela. A sala desta reunião estava lotada com mais de 200 diretores e na mesa dirigente estavam representantes do governo do estado e representantes das univerdiades do Estado.

Posso afirmar que os professors da UFG presentes (não cito nomes para não causar malentendidos) deram sua palavra de elogio ao Mec, de apoio à iniciativa do governo de nos enviar um porta-voz que iria levar à Brasília o agradecimento do Estado, etc, etc e etc.

Depois das palestras da mesa o secretário do Mec fez a sua palestra e foi muito aplaudido porque elogiou o nível de ensino do estado de Goiás e prometeu ajudar em Brasília a melhorar ainda mais o ensino em nosso estado. Logo em seguida foi colocada a palavra à disposição dos diretores que quisessem se manifestar e eu, que não podia perder aquela chance, entrei com a minha humilde pergunta direcionada ao secretário do Mec: "senhor secretário, se as universidades forem privatizadas como ficará o aluno pobre e o ensino que o senhor acaba de elogiar?
A minha pergunta caiu no meio daquela reunião como uma bomba. Todos na mesa riram e o secretário se levantou para me responder, surpreso, olhando para mim como se eu fosse um alienígena recém desembarcado no meio da reunião e disse: "o governo nunca pensou em privatizar nenhuma universidade, de onde a senhora tirou esta idéia?

Resumindo: eu nunca mais voltei na UFG, departamento de Letras, para finalizar meu curso. Eu não nasci para ser marionete, nem por um curso universitário, obrigada.

Hoje, li no Diário da Manhã sobre o movimento que possivelmente terminará em greve na UFG e pesquisando na Web, encontrei um site dos alunos da USP, referente a longos meses de greves destes alunos. A frase que li naquele site levou-me a um passeio no tempo:
Na concepção dos estudantes ocupados, os Decretos do Serra e a Reforma Universitária de Lula são faces da mesma moeda, já que ambas caminham no sentido do sucateamento da universidade, da privatização e da submissão do serviço público às grandes empresas.

Greve para encher o bolso de professores universitários que já ganham o suficiente mas não tanto quanto os dirigentes de Brasília, não é? Todo o ano dois meses de greve e o ensino que se lixe. Os pobres professores primários e secundários, estes é que deveriam fazer greve com todo o direito pois ganham uma miséria.

Segundo o calendário escolar as aulas nas universidades começam em 26 de fevereiro, isto é março, que ninguém vai lá dia 26. Oito de dezembro termina o segundo semestre, isto é, fim de novembro que ninguém estica até dezembro. Tirando as férias de julho, restam 8 meses de aula, menos dois meses de greve dos professores, restam 6 meses de aula, tira-se os feriados, resta nada!
Eu ainda morrerei de raiva de ser brasileira e ver coisas que outros não veem e ver gente se deixando empacoter em cada canto onde ando e aqui quem empacota não é o governo.
Marionetes ! Na base de formação do futuro da nação, formam-se marionetes.
Por Alda Inacio


Que Deus acompanhe você em tudo que fizer. Volte sempre!