17 novembro 2007

DEFUNTO POBRE VAI PARA O INFERNO.

As religiões sempre foram uma caso à parte na minha vida; nasci católica, casei-me na igreja católica e sempre fui alguém que frequentou a igreja na intenção de buscar as bênçãos e, por curiosidade tentar entender o que era a fé. Foram tantas as perguntas sem respostas que acabei desistindo e jurei que nunca mais entrava em igrejas...quando descobri a igreja Batista. Fui Batista e eduquei meus filhos nela. Hoje, uma das minhas filhas é dirigente do coral de uma igreja Batista no Rio de Janeiro e nem se lembra de enviar uma linha para a mãe pecadora.
Desculpem, não pensei em escrever este post para desabafar a vida privada, mas para relatar a história contada ontem por uma amiga.
Aqui no prédio onde eu moro reside Madame Defrance "coroinha de padre", "expert" no assunto missa, e coisas afins, assim, uma amiga da família de Natalie (senhora que morreu dia 15) foi perguntar à madame de Defrance como é que podiam fazer para que o padre fosse ao hospital dar a extrema unção. A resposta veio em forma de pergunta: "Natalie era católica" ? Bom...sim... ia na igreja no Natal. Neste caso ela só poderia receber extrema unção pedida de viva voz. Então veio o impasse: como pedir de viva voz se ela morreu? Resposta: deveria ter pedido em vida mas não pediu. Bom...neste caso...ela só tem direito à uma reza feita por uma madame que vai ao hospital a pedido da família.
A resposta da família veio em seguida: não queremos madame nenhuma no hospital, ou vem o padre ou não vem ninguém! Mas, gostaríamos de uma missa. Outra resposta: para ter missa tem que ir fazer o pedido na igreja e...pagar, naturalmente. Ora, valha-me são Benedito!
Minha conclusão:
1 - Pedido de extrema unção só tem direito quem frequentou a igreja, e se extrema unção abre as portras do céu, quem não frequentou a igreja vai para o inferno.
2- Aqui na Bélgica, nem pagando o padre dá extrema unção ao moribundo que não ia na igreja.
3 - A missa só tem direito quem tem dinheiro para pagá-la e quem tem dinheiro tem salvação.
Outras conclusões eu poderia chegar, como por exemplo: uma família que decidiu desligar a máquina que Natalie estava faziam 15 dias somente, família esta que se colocou no lugar de Deus e decidiu a morte de Natalie, agora quer missa, extrema unção, tudo para dar a boa aparência que o defunto merece e depois disto descansar a própria consciência.
Olha meus amigos, se alguém me falar de religão eu corro, me escondo, desapareço.
Por Alda Inacio
Que Deus acompanhe você em tudo que fizer. Volte sempre!