Lendo o GI -Globo vi a notícia sobre mais uma violência feita contra brasileiros no exterior e mais uma vez foi na Inglaterra. Tempos atrás, todos nós vimos a morte de Jean Charles no metrô de Londres, morto porque ficou com medo e correu. Este foi seu único crime. Desta vez deportaram Silvio Rodolfo de 25 anos, morador de Curitiba. Ele ganhou a viagem como prêmio por uma obra de arte sua ter sido primeira colocada num concurso de arte. Pode uma coisas destas? Os artistas são almas livres, deveriam ter passaporte livre para os 4 cantos do mundo. Que ab-sur-do!
Um relato: No ano de 1999 minha filha Andressa decidiu vir visitar a mamãe na Bélgica; ela insistiu muito e com razão, faziam quase 3 anos que não nos víamos. Minha filha chegou no aeroporto de Bruxelas e foi deportada de retorno ao Brasil e sabem porque ela foi deportada? Porque trazia dentro da mala uma fita de vídeo. Claro que era algo suspeito. As prostitutas trazem uma fita de vídeo para mostrar aos cafetões chefes suas performances. No momento que a valise de Andressa foi revistada eles viram a fita e deduziram coisas absurdas. Não colocaram a fita para ver, pois se colocassem teriam visto naquela fita o nascimento da minha neta Ana Clara. Repito: o nascimento da minha neta Ana Clara, enviado de presente a mim por minha filha Vanessa.
Minha filha Andressa é uma menina religiosa da Igreja Batista do Rio, é cantora lírica no teatro Municipal do Rio de Janeiro, está terminando este ano a Universidade Federal do Rio, toca vários instrumentos, é uma menina casta, uma jóia rara.
Uma coisa é certa: estes traumas a gente não esquece. O menino Silvio Rodolfo, minha filha e tantos outros sofreram violências que deveriam ser ressarcidas. Ainda mais: o Governo brasileiro poderia criar pontos de informações nos países onde brasileiros visitam. Consulados não ficam abertos à noite, impossível fazer destes um ponto de apoio. Quem sabe antes de embarcar, o interessado pudesse enviar informações para um determinado ponto de apoio criado pelo Consulado? É necessário pensar-se algo urgente. Não é só o absurdo preço da passagem perdida que está implicado nisto, é o trauma, os danos morais que estão em jogo. Vamos fazer alguma coisa para que os brasileiros sejam repeitados onde quer que seja senhores Governantes do Brasil? Está passando da hora.
Por Alda Inacio