A dolorosa situação das crianças de rua do nosso Brasil tem chamado atenção do mundo inteiro. Muitas pessoas têm me perguntado, nestes confins da Europa por ando passo, como é possível deixar criança em tão grande quantidade na rua, abandonadas, sem teto e com fome?
Esta realidade nacional é difícil de ser entendida por quem não conhece o Brasil, ou foi até lá só de passagem. Quem passa como turista pelo Brasil, vê o dia-a-dia das ruas, mas não imagina que aqueles meninos na praça não estão ali brincando. Aqueles meninos que pedem esmola, não estão na escola. Aqueles outros que desfilam em grupo de três ou quatro nas portas dos restaurantes, moram na rua e têm dificuldades para achar comida. Muitos deles lavam vidros de carros, vendem balas e nas noites dormem ao relento, sem teto, sem carinho e sem cobertor.
As estatísticas mostram que 75% destas crianças têm laços familiares e você sabia que existem já famílias formadas na rua que continuam a morar na rua? Famílias que continuam a dormir sob jornais, a comer o lixo do luxo desta elite brasileira que lava as mãos para estes agravos nacionais.
Onde está a raiz do problema? Nas migrações para grandes centros urbanos, mão-de-obra sem qualquer qualificação, prole numerosa, habitação deficiente, promiscuidade sexual, abuso sexual, degradação da família e desmazelo do Estado.
Elas acabam vítimas de problemas físicos e psicológicos: edema pulmonar, insuficiência renal, lesões cerebrais irreversíveis e alucinações. Muitas são assassinadas na rua, às vezes grupos inteiros.
É doloroso dizer isto mas, enquanto nós dormimos tranquilamente na nossa cama macia, tem uns anjinhos, que não pediram para vir ao mundo, dormindo na praça, com a barriga roncando de fome. E isto não é poesia ! Isto é falta grave, é desleixo, é crime. Criança tem que ter casa, comida, educação e carinho.
Por Alda Inacio
Pois, eu, Alda Inacio, afirmo que isto é possível.
Ligações PC para telefone fixo
Ai Alda aqui está a minha voz e a minha mão. O texto que escrevestes, com tanta mestria, retrata uma realidade cruel a que ninguém pode ficar indiferente. Temos que unir esforços e falar a uma só voz para que nos façamos ouvir. Estes problemas são universais e dizem respeito a todos nós. Por isso não podemos ignorá-los.
ResponderExcluirMeu amigo silêncio culpado, obrigada pela força, vou linkar teu blog lá no Oksite, estou listando os melhores blogs da net lá. Vamos unir as vozes, como tu dizes. Temos que mudar estas realidade amigo. Grande abraço amigão.Alda
ResponderExcluirNós sempre podemos fazer alguma coisa. Nada pior que a nossa indiferença.Estas denúncias na blogosfera evidenciam as injustiças e contribuem para a nossa indignação. Porém nós vamos identificando os pontos em que nos podemos apoiar e isso é o mais importante.
ResponderExcluirOlha Alda tu já és uma referência nos espaços portugueses. Este texto mexeu tanto comigo que fiz um poema que já está postado.
ResponderExcluirObrigada por tudo Alda, pela tua imensa solidariedade e generosidade. São estes "gritos que, em uníssono, se transformam numa força.
ResponderExcluirÉ uma realidade muito dura. A primeira vez que tive conhecimento de tais procedimentos, era criança, vi um documentário sobre os meninos de rua no Brasil e chorei até não poder mais. Lembro-me ter perguntado aos meus pais Porquê é que eles não faziam nada para mudar o que estava a acontecer.
ResponderExcluirAgora, adulta, confesso que me sinto tão impotente quanto eles.
O que fazer?
Sinto-me orgulhosa que tenhas gostado do meu poema. Oxalá ele ajude a chegar ao coração das pessoas.
ResponderExcluirUm beijinho
Olá Ninho de cuco, o orgulho é só meu por tê-la assim tão longe-perto e poder ler e reler teus versos...retribuo o beijinho, Alda
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