23 março 2008

Religião: diferença entre convertimento e convencimento.

Fala-se muito em converter-se para esta ou aquela religião e no Brasil acontece com frequência o convertimento de pessoas da Religião Católica para as Religiões Evangélicas, ainda chamadas por alguns de religiões protestantes. Em relação a este ato de convertimento, o ato em si quer dizer: deixar de professar uma fé para ingressar em outra fé. Também quer dizer: deixar de praticar os dogmas de uma religião para praticar os dogmas de outra religião. Mas, estes conceitos gerais não são vistos puros e simples assim, quando você entra na nova religião. Praticar os dogmas de uma nova religião é bem mais complicado do que simplesmente sentir-se novo na fé escolhida, ou auto-afirmar-se na nova fé. O novo na fé deve ser seguido de perto para que ele passe do estado de "convencimento" para o estado de "convertimento", dois termos complicados de entender e geradores de dupla interpretação dentro das religiões. Para uns, o novo na fé foi "convertido" pelo Espírito Santo ao ser chamado para a nova religião (em se tratando de religiões evangélicas), para outros o novo na fé foi convencido a ir para uma nova religião mas deve ser acompanhado pelos membros e pastores desta nova fé e ele próprio deve empenhar-se para chegar à uma verdadeira conversão.
Uma vez determinado pelo novo na fé que ele está verdadeiramente "convertido" ele deve batizar-se na nova fé. Ele deve seguir o ritual do batismo e confirmar diante da igreja que ele é verdadeiramente "convertido". Até este ponto parece que houve um processo real de decisão pessoal de convertimento com ação do Espírito Santo presente no batismo. Mas, um belo dia o novo convertido resolve sair da Igreja Evangélica, por razões pessoais e neste momento a igreja (o corpo de membros da igreja) entende que o ex-novo convertido havia sido somente "convencido" a vir para a nova fé, faltou-lhe o convertimento. Se um dia ele voltar para a igreja, então será novamente aceito como convertido. Complicado tudo isto não?
Certa vez, conversando sobre este assunto com o pastor Roberto da Primeira Igreja Batista da Vila Pedroso em Goânia, ouvi o seguinte: "nós não podemos afirmar com certeza que o novo batizado foi realmente convertido, ou se foi só convencido, só Deus conhece esta parte e com certeza aquele que é DELE terá sido convertido e o que não é DELE terá sido convencido".
No meu entender simplório acho interessante sermos convencidos (firmar-nos) dentro de uma fé específica mesmo não sendo praticantes. Se o convertimento implica em estar bem com Deus, ele não precisa ser um ato público. Uma vez que eu sinto este Deus dentro do meu pensamento é porque Ele está dentro de mim. Claro que nesta relação pessoal com Deus, a igreja como instituição perde, talvez por isto ela(s) insista tanto em mostrarmos publicamente que somos convertidos, frequentando a igreja, mesmo se esta ação pública seja uma capa, onde por baixo da capa está escondida a comédia humana. No fundo Deus ama tanto os atores dramáticos como os comediantes deste palco da vida.
Feliz Páscoa a todos.
Por Alda Inacio

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